sábado, 13 de junho de 2009

CAMBISTAS: Descubra como funciona o processo

Quem nunca ouviu aquela famosa frase antes de um disputado clássico no domingo ou daquele show imperdível? “Os ingressos estão esgotados, agora só na mão dos cambistas”.

Os cambistas agem cada vez mais com desenvoltura na maioria dos estádios brasileiros e também nos maiores eventos em todo o mundo. Em muitos casos chegam a cobrar mais do que o dobro do preço original dos ingressos vendidos bilheteria.

A palavra cambista surgiu no sistema feudal. Os cambistas eram pessoas que trocavam moedas, ou seja, manipulavam o câmbio. Na atualidade, cambista passou a se chamar a pessoa que compra um ingresso antes de um show ou partida de futebol e depois vende a um preço mais elevado.

Nossa reportagem flagrou a ação de cambistas em um concorrido show em Ribeirão Preto. Era uma sexta, e já não havia mais ingressos para vender nos postos oficiais de venda. Quando fomos adquirir um ingresso em um revendedor oficial, a notícia dada foi a que os ingressos haviam se esgotado. Mesmo assim um grupo de pessoas que também não tinha adquirido bilhetes para o show no revendedor nos alertou dizendo que naquela noite quem quisesse comparecer ao evento era só comprar próximo das dependências os bilhetes nas mãos dos cambistas.

Com a denúncia em mãos, fomos até o local da festa. Ao chegar de carro logo fomos abordados. Um homem, que não quis se identificar disse em voz alta: “Eu estou comprando e vendendo ingressos, vai um aí?”. Nossa equipe continuou em direção ao recinto de shows para descobrir se havia mais cambistas no local. A surpresa foi que ao estacionar nosso carro no estacionamento e chegar à porta de entrada da festa avistamos dezenas de pessoas com a mão cheia de ingressos.

Chegamos perto de uma pessoa e não assumimos que estávamos em uma reportagem investigativa. Passamos por simples consumidores. Então, uma pessoa que estava próxima chamou o cambista e falou que queria vender o seu ingresso, pois havia desistido de assistir ao show naquela noite. O cambista logo ofereceu 20 reais, valor idêntico ao que a pessoa havia comprado o bilhete e adquiriu-o. Depois fomos conversar com esse cambista. Ele nos disse que estava vendendo os bilhetes a 30 reais, ou seja, ganhava 10 reais por cada bilhete. “Devo vender uns 150 bilhetes hoje, está bom o movimento, você vai comprar?”, disse.

Após negarmos a compra ele afastou-se de nós e mudou o local em que estava. Neste momento avistamos uma confusão na catraca de entrada do evento. Cerca de 10 pessoas estavam reclamando com os seguranças do local, dizendo que queriam entrar. Foi quando um dos profissionais da festa disse: “Os ingressos de vocês são falsos”. Aquelas pessoas mesmo após reclamarem foram impedidas de entrar. Uma delas até chegou a procurar a polícia que estava logo ao lado do recinto para registrar um boletim de ocorrência.

por: GUSTAVO MIRANDA

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